
Primeiro,
ela desrespeitou seus próprios companheiros de resistência democrática
ao compará-los aos atuais aliados do PT acusados de, nas palavras do
Procurador Geral, terem participado de uma "corrupção descomunal".
A
presidente chega ao acinte de comparar uma delação feita, dentro das
regras de um sistema democrático, para denunciar criminosos que
assaltaram os cofres públicos e recursos pertencentes aos brasileiros,
com a pressão que ela sofreu durante a ditadura para delatar seus
companheiros de luta pela democracia.
A presidente realmente não está bem.
É
preciso que alguém lhe informe rapidamente que o objeto das
investigações da Polícia Federal, do MPF e da Justiça não são doações
legais feitas de forma oficial por várias empresas a várias
candidaturas, inclusive a minha, mas sem qualquer contrapartida que não
fosse a alforria desses empresários em relação ao esquema de extorsão
que o seu partido institucionalizou no Brasil.
O
que se investiga - e sobre o que a presidente deve responder - são as
denúncias feitas em delação premiada pelo Sr. Ricardo Pessoa que
registram que o tesoureiro da sua campanha e atual Ministro de Estado
Edinho Silva teria de forma "elegante" vinculado a continuidade de seus
contratos na Petrobras à efetivação de doações à campanha presidencial
da candidata do PT.
Ou
ainda a afirmação feita pelo mesmo delator de que o tesoureiro do seu
partido, o Sr. João Vacari, hoje preso, sempre o procurava quando
assinava um novo contrato para cobrar o que chamou de "pixuleco".
Não
será com a velha tentativa de comparar o incomparável que a Sra.
Presidente vai minimizar sua responsabilidade em relação a tudo o que
tem vindo à tona na Operação Lava Jato.
O
fato concreto é que, talvez nunca na história do Brasil, um Presidente
da República tenha feito uma visita oficial a outro país numa condição
de tamanha fragilidade. E afirmações como essa em nada melhoram sua
situação.
Aécio Neves
Presidente nacional do PSDB
Nenhum comentário:
Postar um comentário