segunda-feira, 28 de abril de 2014

Pesquisa da USP de São Carlos ajuda tetraplégicos a recuperar movimentos

É a primeira vez que impulsos elétricos recuperam movimentos sem cirurgia. Aposentado faz tratamento há seis anos e voltou a se alimentar sozinho.

Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos (SP), ajuda na recuperação dos movimentos das partes do corpo de tetraplégicos. O estudo está sendo aplicado em pacientes no Hospital de Clínicas da Universidade de Campinas (Unicamp). Segundo os pesquisadores, é a primeira vez que os impulsos elétricos conseguem recuperar o movimento dos membros sem cirurgia, apenas com eletrodos colocados na pele.

O aposentado Marcelo Faria é tetraplégico e conta com a ajuda de quatro especialistas para fazer exercícios que possam ajudá-lo a reaprender a andar. O tratamento já dura seis anos. “Agora consigo me alimentar sozinho, escovar os dentes, até cantar, porque a respiração melhorou muito”, contou.

Quando ficou tetraplégico, o também aposentado Alexandre Fernandes não conseguia se mexer do ombro para baixo e não imaginava que voltaria a fazer movimentos, até começar o tratamento, há um ano, e melhorou o movimento dos braços. “Os espasmos diminuíram e o movimento dos braços aumentou bastante”, afirmou.

Estímulos elétricos
Esses pacientes foram submetidos a um estímulo elétrico neuromuscular desenvolvido pelos pesquisadores da USP. Foram mais de dez anos de estudos até chegar a conclusão de que impulsos elétricos de baixa intensidade gerados por estes eletrodos ajudam os pacientes a recuperar os movimentos. “Entra pela superfície da pele, vai até a região da medula conhecida como arco-reflexo, a informação volta e quando chega na interface nervo-músculo libera acetilcolina, o que gera contração necessária”, explicou Alberto Cliquet Júnior, responsável pela pesquisa.

Entretanto, o estudo mostrou que os pacientes não precisam mais passar por uma cirurgia para inserir os eletrodos no corpo. Basta que o dispositivo seja colocado sobre a pele para estimular o sistema nervoso. Dessa maneira diminuem os riscos de infecção e de quebra dos fios do equipamento. “Esses microestimuladores injetáveis migravam para qualquer lugar do corpo humano, na circulação, e não tinha como retirá-los”, comentou o estudioso. (Fonte: Deficiente Ciente)

Nenhum comentário: