quinta-feira, 4 de julho de 2013

Secretaria prepara censo para mapear pcd´s em Campinas

A deputada Célia Leão a a secretária
Emmanuelle Garrido Alkmin: luta conjunta
pelos direitos das pessoas com deficiência
A auxiliar administrativa Bruna Francatti de Godoy, de 21 anos, tem deficiência auditiva desde os 9 e já precisou parar uma faculdade de direito por falta de incentivo e dificuldades de compreensão.

Além disso, demorou muito tempo para ter acesso ao aparelho auditivo disponibilizado pelo governo. “Eu não consegui acompanhar, fiz dois meses de faculdade e parei porque tinha muita dificuldade para entender a linguagem jurídica por conta do meu problema. Também foi muito difícil conseguir o aparelho para conseguir ouvir melhor”, disse.

Ela é apenas uma dos cerca de 240 mil campineiros que têm algum tipo de deficiência. Situações como a enfrentada por Bruna, que teve de desistir de ser advogada, é o que a nova Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de Campinas pretende evitar por meio de políticas públicas, mas para que essas novas políticas sejam possíveis, a pasta vai elaborar um censo, a partir do mês de outubro, para localizar e descobrir as dificuldades dessa população.

“Só assim poderemos minimizar os problemas enfrentados por essas pessoas”, disse a secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de Campinas, Emmanuelle Alkmin.

Segundo ela, atualmente, a única estatística disponível é a do Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostrou que 15% da população da cidade tem alguma deficiência e outros 9% mobilidade reduzida.

“A ideia é saber onde estão essas pessoas e que deficiência elas possuem para podermos oferecer mais qualidade de vida a essa parcela significativa de Campinas. Afinal, se somarmos os 15% que tem alguma deficiência e os 9% que têm mobilidade reduzida, temos 24% da população que precisa ser atendida”, explicou.

De acordo com a secretária, o órgão já recebeu duas propostas para análise de como o levantamento poderá ser feito e busca parcerias da iniciativa privada para viabilizar o projeto. “Queremos executar a pesquisa a partir de outubro. Após os resultados, os dados serão cruzados com outras secretarias, como a de Educação e Saúde, e no primeiro semestre do ano que vem já estaremos com o mapeamento concluído.”
“Infelizmente, há maior incidência de deficientes em regiões mais pobres, e o levantamento é essencial para priorizar os serviços de forma eficiente e racional. Os investimentos em acessibilidade, por exemplo, devem ser direcionados mais para estas áreas”, completa Emmanuelle.

Ainda segundo a secretária, a partir do ano que vem a pasta terá uma fatia do orçamento municipal, mas para Emmanuelle é preciso um comprometimento de outras áreas da Prefeitura. Além de parcerias com empresas para resolver questões de empregabilidade entre os deficientes. “É importante haver uma secretaria para que possamos desenvolver projetos, mas não podemos segmentar. Teremos muito diálogo com outras pastas, que já possuem projetos para deficientes. O que queremos é organizar e delinear os dados para termos uma visão melhor de como melhorar a vida dessas pessoas”, concluiu.

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