Profissionais da USP criam técnica inovadora para curar ferimentos
Dispositivo inovador desenvolvido no Brasil acelera a cicatrização de feridas complexas, causadas por varizes nas pernas, diabetes (pés), queimaduras e acidentes com motoqueiros. A técnica foi criada pelo médico Fábio Kamamoto, responsável pela Cirurgia Plástica do Hospital Universitário (HU) da Universidade de São Paulo e aperfeiçoada pelo professor José Carlos de Moraes, do Laboratório de Engenharia Biomédica da Politécnica, também da USP.
O procedimento utiliza curativos disponíveis no mercado brasileiro, regulador e rede de vácuo, equipamento que aspira a secreção dos pacientes, empregado rotineiramente nos hospitais. A lesão é coberta por esponja esterilizada e envolvida em plástico adesivo. Um tubo ligado à rede de vácuo faz a sucção constante. Essa drenagem impede infecções e promove a multiplicação de vasos e a regeneração do tecido.
"Esse dispositivo acelera o processo de cicatrização, o ferimento diminui e nele cresce o tecido dos vasos sanguíneos, responsável pelo seu fechamento. Além disso, reduz a quantidade de bactérias”, garante Fábio.
Em média, após uma semana do tratamento, o paciente é reavaliado pela equipe médica para decidir se será submetido a enxerto de pele ou se as condições são apropriadas para a cicatrização espontânea.
Ganho social – Há também benefícios econômicos. Cada curativo custa em torno de R$ 30. O cirurgião conta que, antes, o HU usava método convencional de curativo, com lenta capacidade de cicatrização e nem sempre com sucesso. No mercado existe equipamento importado similar utilizado por hospitais particulares em consignação. A contrapartida é a compra de esponja esterilizada (R$ 600) e coletor (R$ 500). Ou seja, cada curativo fica, em média, R$ 1,1 mil.
O HU atende cerca de mil pacientes com ferimentos graves por ano, o que representa30% das internações cirúrgicas. “O ganho social é enorme, porque acelera a cura da ferida e a volta do paciente ao trabalho”, informa o cirurgião. Ele salienta que o método não é aplicado em espinhas e cicatrizes, somente em feridas graves. O HU possui três desses dispositivos para tratar feridas. Até o fim do mês, estarão disponíveis mais dois. A patente nacional foi requerida à Agência de Inovação da USP em dezembro passado.
Serviço
A partir de março, o HU oferecerá treinamento a enfermeiros e médicos interessados em aprender a técnica da rápida cicatrização. Médicos e pacientes podem contatar o hospital pelo e-mail procurativo@hu.usp.br ou telefone (11) 3091-9309.
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