 Um projeto inédito de inclusão de deficientes,
 que mude a cultura do mercado de trabalho, disponibilizando vagas 
comuns (que não sejam endereçadas a deficientes exclusivamente) foi 
proposto nesta segunda-feira (30) pela Prefeitura. A proposta é criar um
 cadastro geral para envio de currículos pelos interessados e de vagas 
pelas empresas e já foi encaminhada à Câmara para aprovação.
Um projeto inédito de inclusão de deficientes,
 que mude a cultura do mercado de trabalho, disponibilizando vagas 
comuns (que não sejam endereçadas a deficientes exclusivamente) foi 
proposto nesta segunda-feira (30) pela Prefeitura. A proposta é criar um
 cadastro geral para envio de currículos pelos interessados e de vagas 
pelas empresas e já foi encaminhada à Câmara para aprovação.
O governo municipal cruzará os dados e tentará encaminhar os 
deficientes para um emprego. “A maior reclamação das empresas em relação
 ao funcionário com deficiência é o turnover (a incapacidade de retenção
 no cargo). Pretendemos mudar isso”, disse a secretária Emmanuelle 
Alckmin, dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida.
A Prefeitura montou uma plataforma on-line, ainda sem nome, que 
servirá de ponte entre o trabalhador e as empresas, e disponibilizou 
toda a estrutura de psicólogos, assistentes sociais e demais 
profissionais do Centro de Referência da Pessoa com Deficiência (CRPD). 
Esse centro providenciará capacitação quando for necessário.
“Hoje, 14% da população de Campinas é deficiente ou têm mobilidade 
reduzida. São cerca de 300 mil pessoas de 1,2 milhão de habitantes. É 
muita gente”, pontuou o prefeito Jonas Donizette (PSB). “E se emprego 
está difícil para todo mundo, para a pessoa com deficiência é pior 
ainda. E o que essas pessoas querem não é dó, não é comiseração, mas 
igualdade de oportunidades.”
“Mesmo na crise, nós optamos em enviar este projeto para a Câmara 
porque é justamente nesses momentos que pessoa com deficiência fica mais
 esquecida”, disse Emmanuelle. “Nós precisamos mudar a cultura da 
empregabilidade. Entender que o deficiente tem talento, tem potencial 
que pode gerar economia”.
Esse é o caso, por exemplo, do cadeirante David Araújo, que 
trabalha há 11 anos na Bosch. “Entrei como auxiliar de produção, e há 
três anos sou auxiliar fiscal. “Quando eu era criança, eu não pude 
sonhar o que iria ser (profissionalmente). Mas, quando comecei a 
trabalhar, a ganhar o meu próprio dinheiro e a ser independente, eu pude
 escolher. Com o meu salário, eu consegui pagar a faculdade, e me formar
 em direito.”
Para a assistente social da Bosch, Marli Kellesli, que participou 
do processo laboral de Araújo, “todas as empresas serão beneficiadas com
 o projeto, porque ele é um avanço na inclusão, e responde a uma demanda
 que temos na cidade”.
Rosana Leh Dias, mãe do autista Mateus, de 19 anos, está 
esperançosa. “A gente tem o sonho de que os nossos filhos sejam 
independentes, sejam eles deficientes ou não. O que a gente espera é que
 tenham autonomia, renda, e que não dependam dos familiares para sempre,
 porque os pais não ficam para semente”. Além disso, ela ressalta que o 
autismo tem características muito marcantes em termos de competência, 
que podem ser aproveitadas pelas empresas. “Os autistas têm 
perseveração. São superdedicados ao trabalho. São empenhados e não 
faltam.”
O projeto foi encaminhado à Câmara nesta segunda. Passará por 
avaliação dos vereadores, e, se for aprovado, voltará para o prefeito 
para sanção. Após a assinatura do chefe do Executivo é que poderá 
começar a funcionar. A plataforma on-line, antes mesmo de ser lançada, 
já recebeu 248 currículos.
Fonte: Correio Popular
 
 
 
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