sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Célia Leão pede abertura de inquérito sobre morte de cadeirante na São Silvestre



O paratleta Israel Cruz de Barros

O paratleta Israel Cruz de Barros perdeu o controle da cadeira e bateu em um muro durante a prova

A última prova da tradicional Corrida de São Silvestre, realizada na manhã do dia 31 de dezembro, na cidade de São Paulo, acabou de maneira trágica para o paratleta cadeirante Israel Cruz de Barros, de 41 anos de idade. No trajeto da prova, ao passar pela Rua Major Nataniel, que é uma ladeira, ele perdeu o controle da cadeira de rodas, bateu violentamente contra o muro do Estádio do Pacaembu, vindo a falecer, em razão dos graves ferimentos, uma hora depois de dar entrada na Santa Casa de Misericódia da capital paulista.

Apesar da fatalidade os organizadores da prova disseram que não deverão alterar o trajeto da corrida para a competição deste ano, o que tem causado indignação por parte da maioria dos atletas com deficiência que participam de provas deste tipo. A descida íngreme, onde, segundo os especialistas, uma cadeira de rodas pode atingir até 50 km/h, não existia no trajeto da São Silvestre até o ano de 2010.

Em razão destes fatos, a deputada estadual Célia Leão (PSDB) entrou com uma representação junto ao Ministério Público de São Paulo, solicitando a instauração de inquérito civil para ouvir os envolvidos, as causas e responsabilidades no acidente que redundou na morte do paratleta na corrida, bem como para que organizadores deste e outros eventos esportivos zelem pela segurança dos atletas com deficiência.

No documento, a deputada ressalta a perplexidade sobre a morte de um atleta em uma prova em que deveriam ser adotadas todas as medidas de segurança, e a necessidade de que os organizadores revejam o trajeto da competição e zelem para que nunca mais ocorra outra tragédia como esta. “A nossa Constituição Federal estabelece a todos os cidadãos tratamento igualitário, na medida de suas desigualdades.  Possibilitar e autorizar que um evento esportivo ocorra no mesmo trajeto, no qual já ocorreu a morte de um cidadão e atleta, é tornar-se co-autor ou partícipe do crime”, ressalta a deputada paulista.

Israel chegou a ganhar competições, como o primeiro lugar da 13ª Volta Internacional da Pampulha, em Belo Horizonte, em 2011. O paratleta deixou mulher, filha e uma neta de dois meses. Foi sepultado em Ananindeua, no Pará, sua terra natal.

Nenhum comentário: