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O paratleta Israel Cruz de Barros |
O paratleta Israel Cruz de Barros perdeu o controle da cadeira e bateu
em um muro durante a prova
A última prova
da tradicional Corrida de São Silvestre, realizada na manhã do dia 31 de
dezembro, na cidade de São Paulo, acabou de maneira trágica para o paratleta
cadeirante Israel Cruz de Barros, de 41 anos de idade. No trajeto da prova, ao
passar pela Rua Major Nataniel, que é uma ladeira, ele perdeu o controle da
cadeira de rodas, bateu violentamente contra o muro do Estádio do Pacaembu,
vindo a falecer, em razão dos graves ferimentos, uma hora depois de dar entrada
na Santa Casa de Misericódia da capital paulista.
Apesar da
fatalidade os organizadores da prova disseram que não deverão alterar o trajeto
da corrida para a competição deste ano, o que tem causado indignação por parte
da maioria dos atletas com deficiência que participam de provas deste tipo. A
descida íngreme, onde, segundo os especialistas, uma cadeira de rodas pode
atingir até 50 km/h, não existia no trajeto da São Silvestre até o ano de 2010.
Em razão
destes fatos, a deputada estadual Célia
Leão (PSDB) entrou com uma representação junto ao Ministério Público de São
Paulo, solicitando a instauração de inquérito civil para ouvir os envolvidos,
as causas e responsabilidades no acidente que redundou na morte do paratleta na
corrida, bem como para que organizadores deste e outros eventos esportivos
zelem pela segurança dos atletas com deficiência.
No documento, a deputada ressalta a perplexidade sobre a morte de um atleta em uma prova em que deveriam ser adotadas todas as medidas de segurança, e a necessidade de que os organizadores revejam o trajeto da competição e zelem para que nunca mais ocorra outra tragédia como esta. “A nossa Constituição Federal estabelece a todos os cidadãos tratamento igualitário, na medida de suas desigualdades. Possibilitar e autorizar que um evento esportivo ocorra no mesmo trajeto, no qual já ocorreu a morte de um cidadão e atleta, é tornar-se co-autor ou partícipe do crime”, ressalta a deputada paulista.
Israel chegou
a ganhar competições, como o primeiro lugar da 13ª Volta Internacional da
Pampulha, em Belo Horizonte, em 2011. O paratleta deixou mulher, filha e uma
neta de dois meses. Foi sepultado em Ananindeua, no Pará, sua terra natal.
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