Alertar sobre buracos, mas também ampliar o círculo de relações sociais. Para cegos, um cão-guia é o passaporte para mais qualidade de vida. O passaporte, porém, é restrito: embora o País tenha 16 milhões de pessoas com alguma deficiência visual, organizações não governamentais estimam que haja no máximo 80 animais em atividade. Quase 5 mil pessoas estão na fila de espera. Esse é um dos motivos pelos quais a USP decidiu criar um centro de referência para adestrar esses cães, mas ainda há dúvidas sobre o perfil de profissional mais adequado para a tarefa.
Não existe no mundo venda legalizada de cães-guia, só doações. A maioria dos animais em atividade aqui foi treinada nos Estados Unidos ou na Nova Zelândia. O País tem só uma dezena de profissionais capacitados para adestrá-los, a maioria formada no exterior o investimento para fazer o curso, de até três anos de duração, pode chegar a R$ 200 mil.
Ligado à Faculdade de Veterinária, o centro de referência vai definir padrões de treinamento e oferecer cães a cegos de todo o País. "Temos de pensar como é que se seleciona, se educa e se cuida do cão, do ponto de vista médico-sanitário", diz Linamara Battistella, secretária da Pessoa com Deficiência de São Paulo " a pasta é parceira da USP na criação do centro.
Alguns especialistas acreditam que veterinários não são os profissionais mais indicados. "A pessoa deve entender muito de cães, só que mais ainda sobre a realidade da pessoa com deficiência visual", diz Alberto Pereira, de 35 anos, dono do labrador Simon e consultor em acessibilidade. (Rede Saci)
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