Zeca Borges, coordenador nacional do Disque-Denúncia, esclarece sobre a importância da implantação do sistema em todo o País. Para Campinas, ele explica como será feito o pagamento das recompensas por denúncias contra criminosos. Leia a seguir a entrevista concedida para o Blog Célia Leão:
O Disque-Denúncia de Campinas vai começar a pagar recompensa (vales-compra) para pessoas que denunciarem criminosos. Se o sistema funciona sem a identificação do denunciante, como será feito o pagamento da recompensa?
O pagamento é feito a partir de uma senha que o denunciante recebe ao fazer a denúncia. Ele precisa ligar para o DD, dar a senha e responder algumas perguntas sobre a denúncia. Geralmente ele fala com o atendente que registrou a denúncia. Estando tudo certo, marcamos um encontro em local público e seguro, estabelecemos um código de reconhecimento e entregamos a recompensa, sem que ele precise assinar recibo ou apresentar qualquer documento.
Na sua opinião, o sistema de denúncia via telefone tem realmente capacidade para reduzir a violência ou seria apenas um complemento dos dispositivos que o Estado possui para o trabalho de segurança pública?
Na maioria das prisões de criminosos feitas através de uma denúncia anônima, não há violência, pois a polícia é quem está na iniciativa, quem usa o elemento surpresa. Criminosos perigosos são presos dormindo, namorando ou até em bares e estádios de futebol, sem condições de reagir. E o risco também é baixo para o policial em ação e para os cidadãos próximos.
Existe algum critério para filtrar as denúncias ou todas são investigadas?
Todas as denúncias devem ser enviadas à polícia, que estabelecerá a prioridade das ações. São os policiais de ponta que podem avaliar melhor a importância e a veracidade da informação.
Após a implantação do Disque-Denúncia qual foi o percentual de solução dos crimes?
Depende da região ou da cidade, além da qualificação da polícia. Numa cidade de menor porte, o sistema é mais eficiente, se instalado localmente e em perfeita sintonia com a polícia. No caso de São Paulo, em que há uma polícia que se diferencia em qualidade com as de outros estados, e numa cidade como Campinas, podemos chegar a um índice alto de resultados respondidos.
O modelo é o mesmo em todo o território nacional ou existe alguma diferenciação conforme a região?
Há diferenças em cada região ou estado, dependendo de particularidades locais.
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