Sentar na
cadeira do Papai Noel, entregar a cartinha e ganhar um beijo do Bom Velhinho
parece um programa calmo? Só entrar em um shopping, na tarde de um domingo,
para descobrir que o momento pode ser bastante agitado. A fila é enorme, há
muito barulho e os flashes das câmeras incomodam. Não é à toa que seu filho
chora nesse momento.
Para as
crianças com autismo, em geral, o tumulto é ainda mais incômodo. Damiana Ramos,
28 anos, tenta levar seu filho Gabriel para visitar o Papai Noel desde que ele
tem 2 anos. Hoje, aos 6, ele novamente encontrou o personagem em uma festa. A
reação é sempre a mesma: diante dos ruídos, o menino se atira no chão, chora e
sai correndo. “Eu continuo tentando. Porque mãe de criança autista precisa
insistir até que o filho aceite as situações”, diz Damiana.
Para evitar esse tipo de situação e garantir que
todas as crianças conheçam o Papai Noel, shoppings do Canadá e dos Estados
Unidos desenvolveram um esquema com visitas especiais voltadas para quem tem o
transtorno. O ambiente é reservado e silencioso, sem aquela gritaria ou
aglomeração de pessoas. Em um dos estabelecimentos, o personagem não faz um “HO
HO HO”, mas um “ho ho ho”, em tom baixo. Se a criança não quiser conversar com
o velhinho ou sentar no colo dele, não tem problema. “Eu ficaria muito feliz se
existisse esse projeto no Brasil. Meu filho tem 6 anos e não pude, até hoje,
tirar uma foto dele com o Papai Noel. Queria ter essa lembrança”, diz Damiana. (Revista Crescer)
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