É gravíssima a denúncia de que o presidente do Cade
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Vinícius Marques de
Carvalho, omitiu em seus currículos, inclusive nos utilizados pela Casa
Civil do Governo Dilma Rousseff, sua atuação como chefe de gabinete do
deputado estadual paulista Simão Pedro, do PT.
Mais uma vez, assistimos a um caso desastroso de
aparelhamento dos órgãos públicos federais pelo PT e seu uso ostensivo
para obter na base da mentira vantagens eleitorais que os inquilinos do
poder federal não conseguem nas urnas.
Ao esconder seu vínculo partidário, Carvalho induziu a
erro os senadores que, com base nestes documentos e em entrevistas,
aprovaram sua indicação como membro e, posteriormente, presidente do
Conselho.
A decisão de manter em sigilo seu vínculo com o PT
pode explicar de maneira clara as decisões tomadas posteriormente pelo
presidente do Cade com relação ao processo de investigação de formação
de cartel por empresas que atuam no setor de transportes sobre trilhos.
Como se sabe, o Cade concentrou a investigação apenas em Estados
governados por adversários políticos do PT, como São Paulo, apesar das
mesmas empresas atuarem em todo o território nacional, inclusive em
contratos com o Governo Federal.
O vínculo com o PT pode esclarecer ainda porque o
Cade não tem interesse em investigar a atuação destas mesmas empresas em
licitações nas áreas de saúde e energia, cujos contratos também foram
firmados com os governos Lula e Dilma Rousseff.
Somente essa orientação político-partidária poderia
explicar a resistência do Cade em fornecer documentos referentes à
investigação ao Governo de São Paulo sob a alegação de sigilo no
processo, criando obstáculos na apuração das denúncias pelos órgãos
paulistas e, consequentemente, a defesa do contribuinte no caso de
veracidade das supostas irregularidades.
E mais grave ainda foi a forma como o Cade se calou,
mantendo a alegação de sigilo no processo, enquanto simultaneamente a
máquina de propaganda petista divulgava a versão mentirosa de que a
investigação em andamento no órgão apurava o envolvimento de servidores
públicos e membros de partidos adversários nas supostas irregularidades.
O PSDB defende veementemente que todas as denúncias
sejam investigadas. O Governo de São Paulo não se furtou à sua
responsabilidade de apurar os fatos e punir os eventuais culpados. Entre
as medidas já tomadas estão a investigação do caso pela Corregedoria
Geral da Administração e o processo judicial contra a Siemens para o
ressarcimento dos cofres públicos pelos danos causados.
É repugnante e desolador que um governo, eleito
democraticamente para cuidar dos interesses dos brasileiros, coloque
órgãos oficiais, criados para defender o cidadão, em campanha para
destruir e difamar adversários políticos. O Brasil e São Paulo exigem
novos valores políticos e competência administrativa para acabar com a
estagnação econômica, a falta de infraestrutura e a incapacidade da
máquina federal.
Utilizar o Cade, um órgão que deveria se destacar
pela isenção, em uma campanha político-eleitoral é uma demonstração
evidente do aparelhamento do estado. Do contrário, Carvalho não teria
escondido das autoridades seu DNA petista.Dep. Duarte Nogueira
Presidente estadual do PSDB-SP
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