quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Os desafios da nova secretaria em Campinas



A Secretária Emmanuelle Alkmin e a Deputada Célia Leão
No início do mês de dezembro, o prefeito eleito de Campinas, Jonas Donizette, nomeou o seu secretariado de governo. Entre os nomes anunciados está o da nossa querida amiga e batalhadora de longa data, Emmanuelle Lopes Garrido Alkmin, uma jovem de 34 anos de idade, que vai assumir a inédita Secretaria Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida.

Deficiente visual, Emmanuelle é advogada formada pela PUC-Campinas, graduada em Liderança Avançada pelo Instituto Haggai e está cursando MBA em Desenvolvimento Humano de Gestores, na Fundação Getúlio Vargas. Além da vasta experiência em direito público, a futura secretária atuou também como professora em Direito no Terceiro Setor no curso de Gestão e Governança Social, na Universidade Adventista de São Paulo (Unasp).

Entre os anos de 2002 e 2005, Emmanuelle trabalhou na Secretaria de Assuntos Jurídicos da Prefeitura de Campinas e foi diretora do Departamento Consultivo da Prefeitura de Osasco, entre os anos 2005 e 2006. Por dois anos foi ainda presidente da Pró-Visão, uma das mais importantes instituições que atendem deficientes visuais em Campinas. Atualmente a jovem ministra palestras e seminários sobre a inclusão social de pessoas com deficiência.

Com este breve currículo é possível afirmar que o prefeito eleito Jonas Donizette não poderia ter feito melhor escolha para assumir tão importante secretaria a ser criada em nossa cidade. Emmanuelle, além de profissional da mais alta competência, é uma militante das mais ativas pelos direitos das pessoas com deficiência em todo o Estado de São Paulo, uma companheira de luta em um segmento social que clama por políticas públicas efetivas, viáveis e que possam realmente mudar, para melhor, a vida de muitas pessoas.

O último censo do IBGE revelou que 24% da população brasileira possui algum tipo de deficiência, incluindo as pessoas com mobilidade reduzida (obesos, grávidas, idosos, etc). Na prática, temos em torno de 250 mil habitantes que necessitam de atenção especial em Campinas e não podemos, definitivamente, continuar relegando estas pessoas ao segundo plano na condução administrativa da nossa cidade.

A criação da Secretaria em Campinas, que era uma das nossas reivindicações ao longo dos últimos anos, será sim uma das ações mais importantes neste sentido, a exemplo do Governo Paulista e de outros dez municípios que já adotaram este caminho em nosso Estado com resultados bastante positivos, especialmente na construção, ou pelo menos do começo da construção de uma nova mentalidade inclusiva entre a população. 

Cara secretária Emmanuelle, a messe é grande e os operários são poucos. As demandas são as maiores e as mais complexas possíveis em nossa cidade. Porém, temos ao nosso lado a esperança calejada pelo tempo e que insiste para que não desistamos jamais dos nossos objetivos, do sonho de se construir uma sociedade realmente inclusiva, com respeito e dignidade para todas as pessoas, independentemente da condição física e social de qualquer um de nós. Não será fácil, mas com a criação da Secretaria Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida de Campinas estamos dando mais um importante passo nesta direção.

Inclusão social significa fazer com que todos façam parte igualmente de uma mesma sociedade, com condições, direitos e deveres iguais. E isso se constrói com educação, trabalho, transporte acessível, esporte, lazer e, acima de tudo, respeito mútuo. As dificuldades serão muitas, mas estaremos unidas nesta caminhada. E diante das dificuldades só temos três opções: conhecer, enfrentar e vencer. Certamente, venceremos e faremos de Campinas um modelo de inclusão para todo o Brasil.

Célia Leão

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