segunda-feira, 5 de março de 2012

Sofware facilita acesso de deficiente a celular

Eva Aguiar testa aparelho com a nova tecnologia para cegos


O CPqD iniciou os testes da solução VozMóvel, desenvolvida em parceria com o Centro de Prevenção à Cegueira (CPC) de Americana. O software utiliza a tecnologia de síntese de voz para permitir que os portadores de deficiências visuais consigam usar um celular.

O programa, explica Claudinei Martins, pesquisador do CPqD responsável pelo projeto, pode ser colocado em qualquer smartphone que tenha uma tela sensível ao toque. Os modelos adaptados têm uma tela dividida em seis áreas, correspondentes às principais funções do celular: realização de chamadas, histórico de ligações, contatos, mensagens de texto (SMS), nível de sinal e de bateria e data e horário.

Deslizando os dedos pela tela, o usuário ouve as opções e com dois toques a função é acessada. Dez voluntários do CPC receberam os smartphones e realizarão testes por um período de seis meses. O objetivo é avaliar a eficiência do uso da aplicação no dia a dia. “Os deficientes terão a chance de propor melhorias para aperfeiçoar a tecnologia”, disse. Uma dessas usuárias será Eva Aguiar, de 38 anos.

Ela conta que não tem celular e diz que, apesar de não estar habituada a usar a tecnologia, não encontrou dificuldades para realizar tarefas que são simples para quem tem a visão. “Agora eu vou conseguir ouvir as mensagens, saber se a bateria está acabando e realizar ligações sem ter que pedir para alguém”, comemora. Benedito Flávio de Oliveira também participará do teste e se alegra com a conquista da independência. “Vou ter mais independência para usar o celular e não vou precisar de tanta ajuda”, afirma.

O VozMóvel só funciona em celulares que tenham o sistema operacional Android, que hoje lidera as vendas de smartphones em todo o mundo. O CPqD acredita que num futuro próximo a solução possa ser usada não apenas para quem tem algum tipo de deficiência visual, mas também por idosos, analfabetos e até crianças que ainda não foram alfabetizadas.

A pesquisa teve início em junho de 2010 e conta com recursos do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel). Todo o processo foi feito em conjunto com portadores de deficiências para saber quais são as suas necessidades e dificuldades de acesso ao celular. A primeira versão do Voz Móvel, que está sendo testada pelo grupo de voluntários de Americana, deve chegar ao mercado brasileiro no final deste ano.

O coordenador do projeto afirma que uma operadora assinou uma carta de intenções com o CPqD para comercializar o software. Mas a pesquisa não para por aí. Os pesquisadores do centro estão desenvolvendo uma nova plataforma que permita acessar uma série de outros serviços por meio de celulares. “A ideia é que deficientes visuais consigam acessar e-mails e sites por meio do smartphone”, afirmou Martins. O responsável técnico pelo projeto, o pesquisador Mateus Dias, conta que os novos aplicativos seriam vendidos por lojas virtuais.

fonte: RAC

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